Neste 8 de Março, em especial, queremos exaltar a força, e a competência da Mulher, no mercado de trabalho. Para isso, trouxemos um pouco da história, e da opinião, de uma profissional que, em 14 anos de empresa, trilhou uma carreira de sucesso, em um cenário de profundas mudanças estruturais e culturais.
É com você Patricia!
1. Nestes 14 anos de empresa, qual foi o momento
mais desafiador?
Nossa...
foram muitos, mas poderia destacar 2 situações extremas. O fechamento de uma
unidade fabril com impacto em aproximadamente 1.000 pessoas diretas e a
aquisição da empresa Fundamenture, que nos colocou do dia para noite em 10
países espalhadas pela Europa, Oriente Médio, Ásia e Pacífico. No 1º episódio o
cuidado com as pessoas no momento de transição foi crucial para que o processo
fosse concluído dentro do esperado. O primeiro passo foi comunicar a todos os
funcionários sobre a nossa decisão, de forma clara e transparente. Contratamos
uma grande consultoria, que em conjunto com a área de Recursos Humanos, nos
apoiou na orientação aos funcionários, seus familiares, sindicatos, imprensa e
órgãos governamentais. Já no 2º episódio, o fator desafiador foi a integração
dos processos e das pessoas, começando pelo simples fato da diferença de idioma
e das grandes diferenças de fuso horário, que alguns casos chegava a 11h, até
os aspectos técnicos e culturais envolvidos numa operação como essa. A
parte técnica, embora complexa, foi mais fácil de ser conduzida do que a
cultural, por ser mais objetiva, padronizada e mensurável, mas quando falávamos
sobre qual seria a nova cultura da empresa, estávamos falando de algo não tão
tangível nem simples. São pessoas, histórias, vivências, resistências... O caminho foi encarar o tema como
prioridade e estando disposto a absorver o melhor de cada um das duas culturas
envolvidas no processo, criando então, uma terceira cultura mais aderente ao
nosso momento e a estratégia da empresa.
2. O universo de Soluções Tecnológicas, na grande
maioria das vezes, tem a predominância de homens. Como tem sido atuar, neste
cenário?
Na Valid, assim como no mercado brasileiro de um
modo geral, as mulheres têm ganhado espaço, hoje já ocupamos em torno de 30%
dos cargos executivos e de gestão. Nosso foco não se baseie no gênero, raça ou
credo, mas sim nas características técnicas e comportamentais de cada
indivíduo. Mas é verdade que existe uma predominância de
homens no universo de soluções tecnológicas e para nos destacarmos, precisamos
adotar uma postura assertiva, usando nossa intuição para contornar os possíveis
conflitos e a capacidade de equilibrar as emoções sabendo a forma correta de
colocar sua opinião.
3. Hoje, muito se fala sobre o Empoderamento
Feminino. Qual a sua opinião sobre esse tema, no âmbito do Mercado de Trabalho?
Para ser sincera, eu nunca me preocupei em ser
feminista, simplesmente fui fazendo o que achava correto e tinha vontade. Me
formei em psicologia, um curso eminentemente feminino, mas depois disso, passei
a conviver com ambientes corporativos, onde a predominância é masculina. Os
avanços são inegáveis, as lacunas são cada vez menores e uma série de
características femininas, entre elas a capacidade de exercer múltiplas funções
ao mesmo tempo e a facilidade de se relacionarem com os outros membros das
equipes, passaram a ser valorizadas pelo mercado de trabalho. Compreendo que a
importância da articulação nos ambientes corporativos em busca da equidade de oportunidades
entre os gêneros precisa ser mantida, portanto sejamos todos aliados do
desenvolvimento das mulheres no mercado de trabalho! Afinal, não se trata de
uma causa que devemos encarar como exclusivamente das mulheres e, sim, como a
busca pelos direitos humanos, sem distinção.
4. Quais características você destaca, na Liderança
Feminina?
Cooperação,
o que faz com que o trabalho em equipe seja mais natural entre as equipes
lideradas por mulheres, já que somos são ativas na inclusão das pessoas; a capacidade nata de pensar e agir em muitas direções ou temas ao mesmo tempo, isto
representa uma vantagem no momento de tomar decisões e enfrentar crises;
a liderança feminina é inclusiva, encoraja a participação e compartilha o
poder e a informação com aqueles que lidera, entre outras.
5. Ser feliz pessoalmente e realizada
profissionalmente: É preciso escolher ou é possível harmonizar?
Com certeza é possível harmonizar! Não vou dizer que é uma tarefa fácil,
tenho uma rotina intensa, que gira em torno de 12 a 14h de trabalho, e por isso
que faço questão de ter tempo de qualidade com meu marido, com a minha enteada
de 12 anos, meus pais e amigos. As pessoas que te amam e te apoiam merecem um
tempo exclusivo da sua atenção, tenho convicção que eles são meu porto seguro,
e é com eles que recarrego as baterias para os desafios corporativos. A chave
da harmonização é evitar levar trabalho para casa, assim como levar a casa para
o trabalho; dividir os afazeres domésticos para que ninguém fique
sobrecarregado; saiba estabelecer prioridades, avalie e esteja presente onde
realmente é necessário e na hora certa; e o mais importante, seja paciente! não
dá para ser mulher maravilha o tempo todo, não é verdade? Reduza as cobranças
consigo mesma e saiba esperar pelo momento certo de realizar um próximo
passo, seja em sua carreira, como uma promoção, ou na vida pessoal, como
um 2º filho, por exemplo. Não tente abraçar o mundo de uma só vez.
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Á Patricia Piñeiro, e a todas as Mulheres,
o nosso respeito e admiração!
08 de Março de 2019
o nosso respeito e admiração!
08 de Março de 2019